
O filme narra a história de dois jornalistas do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, que investigam o escândalo de Watergate. O caso começou quando cinco pessoas foram presas quando invadiram o escritório do partido democrata, no complexo Watergate, para instalar escutas e copiar documentos, durante a campanha eleitoral. Após investigações foi descoberto que estas pessoas faziam parte do Comitê para Reeleger o Presidente, um grupo que apoiava Nixon. Bob, interpretado por Robert Redford, e Dustin Hoffman, como Carl Bernstein, investigam este caso a fundo e com ajuda do misterioso “Garganta Profunda”, uma fonte sigilosa, eles descobrem a ligação que o Comitê tinha com a CIA, o FBI e, mais tarde, com o próprio presidente Nixon. As reportagens sobre o caso só foram levadas adiante depois da permissão de Katharine Graham, dona do jornal, e terminaram com a renúncia do presidente Nixon e a condenação de ocupantes de altos cargos na política americana.
O mais interessante no filme é a forma como ele retrata o cotidiano na redação do jornal e a profissão de jornalista. Bob e Carl são dois jornalistas românticos, que procuram a verdade factual acima de tudo. Eles correm atrás da notícia mesmo com todas as dificuldades, arrumam formas de confirmar boatos e convencem o editor-chefe a publicar as matérias mesmo quando todos os outros jornais não as querem. A sala gigantesca da redação, com dezenas de pessoas trabalhando o dia inteiro, digitando em suas máquinas de escrever, se torna o quartel general dos dois jornalistas, de onde eles partem em busca de pistas ou fazem ligações importantes. Há uma cena em que o editor pega a matéria que eles produziram e, com uma caneta vermelha, risca o que deve ser retirado e altera algumas palavras, o que me lembrou bastante do trabalho dos censores na época da ditadura do Brasil, mas ali no caso, o editor era do próprio jornal e excluía o que ainda era incerto e tornava a matéria mais concisa. Nas cenas de reunião, vemos os editores discutindo quais matérias serão colocadas no jornal do dia seguinte, e é curioso ver o que eles tratam como notícia ou não. Apesar da linguagem cinematográfica usada no filme, a profissão de jornalista é bem retratada e acredito que até incentive estudantes a seguirem essa profissão, porém, acho que a maioria das matérias de hoje em dia não são grandiosas o suficiente para viver uma “aventura atrás da verdade”. As cenas na garagem e outras cenas de tensão foram montadas para criar esse clima de investigação e por isso deve ser observado com cuidado e não deixar se iludir. Um fato interessante é que a fonte Garganta Profunda só se revelou em 2005, trinta e três anos após o escândalo, como W. Mark Felt, vice-diretor do FBI na época.
Todos os Homens do Presidente é sem dúvida uma obra de arte, tanto que ganhou quatro Oscar, e é visto em salas de aula até hoje como forma de aprendermos mais sobre a profissão de ser jornalista.
Nota: 8,5
Obs: Trabalho feito para a aula de Introdução ao Jornalismo.
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