domingo, 14 de março de 2010

Ran

Ran é um filme para se apreciar. As belas paisagens de um Japão feudal do século XVI servem de cenário para a adaptação de Rei Lear, de Shakespeare, feita por Akira Kurosawa, considerado como o mestre da linguagem cinematográfica.
A história se inicia quando o chefe do clã dos Ichimonjis, Hidetora(Tatsuya Nakadai), divide seus bens entre seus três filhos. O mais velho, Taro(Akira Terao), fica com a posse do feudo, do castelo principal e com o exército. Os outros dois filhos, Jiro(Jinpachi Nezu) e Saburu(Daisuke Ryu), recebem alguns castelos e a obrigação de obedecer as ordens de Taro. Saburu, o mais jovem, é contra a decisão do pai e é banido do feudo. Acaba sendo acolhido por Nobuhiro(Hitoshi Ueki) que fica impressionado com sua coragem por desafiar seu pai e o casa com sua filha. Hidetora então vai viver no castelo agora controlado por Taro, porém, Kaede(Mieko Harada), esposa de Taro, era filha do antigo dono do castelo, seus pais foram mortos por Hidetora e agora Kaede quer controlar o castelo e todo feudo. Usando de artimanhas, Kaede convence Taro a se unir com Jiro e atacar o lorde Hidetora. Encurralado por todos os lados e vendo sua guarda pessoal morta e seu castelo destruído, Hidetora enlouquece e consegue escapar junto com Kiyoami, o Bobo e Tango, guarda de Saburu.
Durante o ataque Taro é assassinado por ordem de Jiro. Assim o filho do meio assume o poder do feudo e Kaede o seduz e vira sua amante. Enlouquecido, Hidetora se envergonha por ter expulsado Saburu de seu feudo e vaga pelas terras à procura de algo. Saburu prepara um ataque à Jiro e a tensão aumenta quando encontra seu pai minutos antes da batalha começar.
Sim, a história é complexa.
Dirigido por Akira Kurosawa, Ran tem um jeito diferente. Há longas sequências filmadas num ritmo lento, ideal para prestar atenção no cenário e no figurino. As cenas em sua grande maioria são em planos de conjunto ou planos abertos, não há closes. Levando isso em consideração, os sentimentos dos atores precisam ser passados por movimentos físicos, como um passo para trás, feições exageradas ou até mesmo cair no chão. Me lembrou muito uma peça de teatro onde os atores precisam mostrar o que sentem pras pessoas que sentam na última fileira na platéia.
O filme possui uma fotografia sem igual e figurinos FODAS(não existe palavra melhor).
Ran fala sobre disputas pelo poder, traição e vingança.
Nota 9,5.

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