quinta-feira, 25 de março de 2010

De Onde Vêm As Idéias

DE ONDE VÊM AS IDEIAS
por Neil Gaiman

Toda profissão tem seus percalços. Médicos, por exemplo, sempre são solicitados a dar conselhos de saúde de graça, aos advogados pedem conselhos legais, aos donos de funerárias dizem que deve ser uma profissão interessante e aí mudam de assunto depressa. E aos escitores perguntam de onde tiram as ideias.
No início, eu costumava dar respostas não muito divertidas e insolentes: do Clube da Idéia do Mês, eu dizia, ou na Pequena Loja de Idéias em Bognor-Regis, de um livro poeirento cheio de ideias no porão, ou mesmo dizia que vieram do Pete Atkins (essa última é meio esotérica, e pode precisar de um pouco de explicação. Pete Atkins é um roteirista e romancista amigo meu, e nós decidimos um tempo atrás que, quando nos perguntassem, eu diria que minhas ideias vinham dele e ele pegava as ideias de mim. Fazia sentido na época).
Então eu fiquei cansado das respostas não muito engraçadas, e hoje em dia conto a verdade:
”Eu invento”, digo a eles. “Na minha cabeça”.
As pessoas não gostam dessa resposta. Não sei por que não. Elas parecem infelizes, como se eu estivesse tentando lhes passar a perna. Como se existisse um grande segredo, e, por minhas razões, eu não estivesse contando pra elas como se faz.
E é claro que não estou. Primeiramente, eu mesmo não sei de onde as ideias vêm, o que as faz vir ou se um dia elas vão parar. Segundo, eu duvido que qualquer pessoa que pergunte esteja querendo uma palestra de três horas sobre o processo criativo. E terceiro, as ideias não são tão importantes. Não são mesmo. Todo mundo tem uma ideia para um livro, um filme, uma história, uma série de TV.
Todo autor publicado já viveu isso – as pessoas vêm até você e contam que elas tem Uma Ideia. E, cara, é bizarro. É tão Extraordinária que elas querem que Você Participe. A proposta é sempre a mesma: elas contam a ideia (a parte difícil), você escreve e transforma em um romance (a parte fácil), e vocês dois podem dividir o dinheiro meio-a-meio.
Sou razoavelmente gentil com essas pessoas. Conto a elas que tenho muitas ideias do jeito que as coisas estão, e muito pouco tempo. E desejo a elas boa sorte.
As Idéias não são a parte difícil. Elas são um pequeno componente do todo. Criar pessoas críveis que fazem mais ou menos o que você as manda fazer é muito mais difícil. E mais difícil ainda, de longe, é o processo de simplesmente sentar e colocar uma palavra depois da outra para construir o que quer que seja que você está tentando construir: tornar interessante, tornar novo.
Mesmo assim, as pessoas querem saber a resposta. No meu caso, também querem saber se eu pego minhas ideias dos sonhos (resposta: não. A lógica do sonho não é a lógica das histórias. Transcreva um sonho, e você vai ver. Ou melhor ainda, conte um sonho importante a alguém – “Bem, eu estava nessa casa que também era minha velha escola, e tinha uma enfermeira e ela era na verdade uma velha bruxa e então ela foi embora mas tinha uma folha e eu não podia olhar pra ela e eu sabia que se eu a tocasse uma coisa terrível ia acontecer…” – e veja os olhos delas revirarem.) E eu não tinha respostas diretas. Até recentemente.
Minha filha Holy, que tem sete anos, me persuadiu a conversar com sua turma. Sua professora estava muito entusiasmada (“As crianças têm feito os seus próprios livros recentemente, então talvez você possa vir e falar para elas sobre ser um escritor profissional. E um monte de pequenas histórias. Eles gostam das histórias.”) Então eu fui.
Elas sentaram no chão, eu tinha uma cadeira, cinquenta e sete crianças de sete anos me encaravam. “Quando eu tinha a sua idade, as pessoas me diziam para não inventar coisas”, eu disse a eles. “Hoje em dia, elas me dão dinheiro para fazer isso”. Por vinte minutos eu falei, e eles fizeram perguntas.
E, eventualmente, um deles fez levantou a questão.
”De onde você tira suas ideias?”
E eu me dei conta que lhes devia uma resposta. Não eram velhos o suficiente para saber. E é uma pergunta perfeitamente razoável, se não te perguntam semanalmente.
Foi isso que eu disse a eles:
Você tem ideias fantasiando. Você tem ideias ao ficar entediado. Você tem ideias o tempo todo. A única diferença entre escritores e outras pessoas é que nós percebemos quando está acontecendo.
Você tem ideias quando faz a si mesmo perguntas simples. A mais importante das perguntas é simplesmente, “E se…?”
(E se você acordasse com asas? E se sua irmã tivesse se tranformado num camundongo? E se todos descobrissem que as sua professora estava planejando devorar um de vocês no final do semestre – mas vocês não soubessem quem?)
Outra questão importante é, “Se pelo menos…”
(Se pelo menos a vida real fosse como os musicais de Hollywood. Se pelo menos eu pudesse encolher até o tamanho de um botão. Se pelo menos um fantasma pudesse fazer minha lição de casa.)
E então tem as outras: “Eu imagino…” (Eu imagino o que ela faz quando está sozinha…) e “Se Isso Continuar…” (Se isso continuar os telefones vão começar a falar uns com os outros, e eliminar o intermediário) e “Não seria interessante se…” (Não seria interessante se o mundo fosse comandado por gatos?)
Essas questões, e outras como elas, e as perguntas que elas estimulam (“Bem, se gatos comandassem o mundo, porque eles não comandam mais? E o que eles sentem sobre isso?”) são um dos lugares de onde as ideias vêm.
Uma idéia não precisa ser uma noção de enredo, só um lugar para começar a criar. Enredos geram a si mesmos quando alguém começa a se perguntar sobre qual é o ponto inicial.
Algumas vezes a idéia é uma pessoa (“Há um garoto que quer saber sobre mágica”) Alguma vezes é um lugar (“Há um castelo no fim do Tempo, que é o único lugar que possui um…”) Alguma vezes é uma imagem (“Uma mulher, sentada numa sala escura cheia de rostos vazios”).
Frequentemente as ideias vêm de duas coisas juntas que não estavam juntas antes. (“Se uma pessoa mordida por um lobisomem se torna um lobo, o que aconteceria se um peixinho dourado fosse mordido por um lobisomem? O que aconteceria se uma cadeira fosse mordida por um lobisomem?”)
Toda ficção é um processo de imaginar: seja o que for que você escreve, em qualquer gênero ou meio, sua tarefa é criar coisas convincentemente e interessantemente, e novas.
Aí você tem uma ideia – o que é, afinal, meramente algo a se agarrar quando você começa – e depois?
Bem, depois você escreve. Você põe uma palavra depois da outra até que esteja acabado – o que quer que seja.
Algumas vezes não vai funcionar, ou não da maneira como você imaginou no começo. Algumas vezes não vai funcionar de maneira nenhuma. Às vezes você joga tudo fora e começa de novo.
Eu me lembro, alguns anos atrás, de ter uma ideia perfeita para uma historia do Sandman. Era sobre uma succubus que dava a escritores, artistas e compositores inspiração em troca de um pouco de suas vidas. Eu chamei de Sexo e Violetas.
Parecia uma história bem direta, e foi só quando eu comecei a escrever que descobri que era como tentar segurar areia fina: toda vez que eu pensava que tinha pego, ela escapava pelos meus dedos e se esvaía.
Escrevi nessa época:
Comecei essa história duas vezes, agora, e cheguei mais ou menos na metade em cada tentativa, só pra ver ela morrer na tela.
Sandman é, ocasionalmente, um quadrinho de horror. Mas nada que eu tenha escrito para ele me tocou como essa história que eu agora vou acabar tendo que abandonar (com o prazo já uma coisa do passado). São as ideias e a habilidade de colocá-las no papel, e transformá-las em histórias – que me fazem um escritor. Isso significa que eu não tenho que acordar cedo de manhã e sentar num trem com pessoas que eu não conheço, para chegar num trabalho que eu desprezo.
Minha ideia de inferno é uma folha em branco. Ou uma tela em branco. E eu, olhando para ela, incapaz de qualquer coisa que valha a pena dizer, um único personagem em que as pessoas possam acreditar, uma única história que não tenha sido contada antes.
Encarando uma filha em branco.
Para sempre.
Escrevi minha saída para fora disso, entretanto. Fiquei desesperado (outra resposta espertinha e verdadeira que eu dou para a pergunta de-onde-você-tira-suas-ideias. “Desespero”. Fica ao lado de “tédio” e “prazos”. Todas essas respostas são verdadeiras até certo ponto.) Peguei meu próprio terror, e a ideia central, e confeccionei uma história chamada Calíope, que explica, acredito que bem definitivamente, de onde os escritores pegam suas ideias. Ela está num livro chamado DREAM COUNTRY (O País dos Sonhos). Você pode ler se quiser. E, em algum ponto da escrita dessa história, deixei de me assustar com a possibilidade das ideias irem embora.
De onde eu tiro minhas ideias?
Eu as invento.
Na minha mente.

Fonte: http://bernardomoraes.wordpress.com/

terça-feira, 23 de março de 2010

Extermínio

Extermínio(28 Days Later) é um filme foda. Ponto.
No início do filme, um grupo de ativistas libertam um macaco infectado pelo vírus da raiva de um laboratório de pesquisas. Devido a semelhança genética entre macacos e humanos, o vírus logo se espalha por toda Inglaterra e alguns outros países, tornando violentos aqueles que foram infectados.
28 dias depois do início da pandemia, Jim(Cillian Murphy) acorda em um hospital vazio após um acidente de moto. Sem saber o que está acontecendo ao seu redor, Jim caminha por uma Londres inabitada catando dinheiro e comida no chão até que encontra corpos e panfletos com a palavra "Êxodo". Dentro de uma igreja ele encontra um padre infectado(que chega a ser engraçado) e acaba tendo que fugir de um grupo de infectados que o persegue. Correndo perto de um posto de gasolina ele é salvo por Selena(Naomi Harris) e Mark(Noah Huntley) que eliminam os infectados explodindo o lugar. Jim então fica a par da situação e decide ir até a casa de seus pais, onde os encontra mortos. À noite a casa é invadida por infectados e Mark é mordido. Sem piedade alguma, Selena pega o facão e resolve a situação. Agora sozinhos, Jim e Selena caminham pela cidade até que encontram Frank(Brendan Gleeson) e sua filha Hannah(Megan Burns). Por uma transmissão de rádio eles ouvem a mensagem do Major Henry West(Christopher Eccleston), que diz ter montado uma base de proteção para os não-infectados e ter a resposta para a cura da doença. A partir daí, os quatro decidem iniciar uma viagem até Manchester onde irão encontrar segurança na tal base... ou não.
Extermínio foi dirigido por Danny Boyle que também dirigiu Trainspotting! No filme os personagens se vêem numa situação de desespero, sem governo, sem leis, sem nada. Nesse mundo, vence quem correr mais rápido(ou o mais esperto). A música principal é muito boa e passa a tensão do momento. Sem mais delongas... Nota 9,0

Obs: No filme, as pessoas são infectadas pelo vírus da raiva e se tornam violentas, mas o que eu achei curioso foi que elas só atacam aqueles que não estão infectados. Por ser o vírus da raiva os infectados deveriam lutar entre si. Nada contra, é a licença poética do filme.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Medos Privados em Lugares Públicos

Medos Privados em Lugares Públicos(Coeurs) é um filme sobre solidão. Seus personagens lutam para não ficarem sós em uma Paris gelada. Com um roteiro bem elaborado e complexo, acho que pela segunda vez(1º-Ran) encontro dificuldades em escrever uma sinopse. Tentarei.
Thierry(André Dussollier) é irmão de Gaëlle(Isabelle Carré) e trabalha como corretor de imóveis, ajudando Nicole(Laura Morante) a encontrar um apartamento onde seja possível construir um escritório para seu noivo, Dan(Lambert Wilson). Thierry é colega de trabalho de Charlotte(Sabine Ázema), que lhe empresta a gravação de um programa sobre canções. Por educação, Thierry acaba assistindo a fita e se surpreende ao ver um strip-tease de sua colega de trabalho. Achando que era intencional, Thierry tenta se aproximar de Charlotte.
Charlotte trabalha como enfermeira à noite e cuida de um senhor rabugento, pai de Lionel(Pierre Arditi). Com dificuldades de controlar o comportamento do velho, Charlotte tenta encontrar forças em sua fé para aguentar todo o sofrimento.
Lionel trabalha como barman e um hotel e é ele quem aconselha Dan a pedir um tempo com sua noiva, Nicole. Dan decide seguir o conselho do "amigo" e quando põe um anúncio no jornal acaba conhecendo Gaëlle, iniciando um romance.
Com essa trama entrelaçada o filme conseguiu me fazer rir, emocionar e principalmente pensar.
Dirigido por Alais Resnais, o filme tem o toque francês que eu sempre apreciei como em "O Escafandro e a Borboleta" e "Paris, Te Amo". Há uma cena ótima onde Charlotte e Lionel conversam na mesa da sala. O barman explica o motivo para que seu pai esteja decepcionado com ele e enquanto ele fala as luzes vão se apagando e a neve começa a cair dentro da sala! É uma viagem. Assim que eles mudam de assunto as luzes se acendem e a neve desaparece. É genial.
O filme possui um dos melhores roteiros que já vi. É muito bem trabalhado e minuncioso. O final é o resultado dessa busca incessante por calor humano.
Nota 9,5.

Chocolate

Chocolate(Chocolat) é um filme tão bom quanto o nome. Sério. Chocólatras de plantão ficarão indecisos entre ver o filme ou pausar e ir numa loja da Kopenhagen. É foda de aguentar.
No ínicio do filme vemos uma cidadezinha no interior da França. Nesse momento todos os seus habitantes estão na missa da semana anterior a quaresma. O narrador nos apresenta os personagens. Todos parecem ser felizes e éticamente perfeitos.
Com um vento vindo do norte, Vianne Rocher(Juliette Binoche) e sua filha Anouk chegam na cidade e alugam uma antiga confeitaria que pretendem transformar em chocolateria.
O conde(Alfred Molina) fica surpreso quando descobre que Vianne não possui marido e nem religião. Convicto que a presença da estrangeira é uma má influência para a sua cidade, o conde proíbe a todos de entrarem em sua loja.
Mesmo com a proibição do conde, alguns moradores não resistem e provam os doces da loja. Aqueles que provaram ficaram encantados com o sabor e com os "poderes mágicos" do chocolate. Iniciando assim uma guerra fria entre o conde e Vianne, que se agrava mais ainda com a chegada dos "piratas" à cidade, comandados por Roux(Johnny Depp).
Dirigido por Lasse Hallström, o filme contém com um ótimo elenco, tirando os já citados: Carrie-Anne Moss(Trinity-Matrix), Judi Dench(M-007) e Lena Olin(Awake). As atuações estão perfeitas.
O filme mostra, como pano de fundo, a imoralidade dos habitantes que disfarçam seus atos com máscaras. O ponto crucial disso é quando o conde enfurecido invade a chocolateria e acaba comendo todos os chocolates da vitrine. O figuro é bem trabalhado e a fotografia parece não haver problemas. O filme é tão bom quanto uma trufa. Mas talvez trufas não seja meu chocolate preferido.
Nota 8,5.

sábado, 20 de março de 2010

Acossado

Acossado(À Bout de Souflle...) é um marco da Nouvelle Vague francesa. Conhecida pela pouca idade dos seus autores, a Nouvelle Vague não contava com grandes quantias de dinheiro para produção dos seus filmes. Indo contra as regras aceitas pelo cinema de indústria, os filmes deste estilo contavam com temas imorais e cortes criativos.
Acossado conta a história de um criminoso, Michael Poiccard(Jean-Paul Belmondo) que mata um policial quando este o persegue por excesso de velocidade. Em Paris, procura incansavelmente o homem que lhe deve dinheiro enquanto tenta convencer Patricia(Jean Seberg), uma vendedora de jornal, para que fuja com ele para Roma. Confusa em relação aos sentimentos que tem por Michael, Patricia o ajuda se esconder da polícia.
O final surpreende a todos.
Dirigido por Jean-Luc Godard, Acossado foi um bom filme... em sua época. Sinceramente, os cortes acelerados, que pulam no espaço-tempo, foi inovador na época mas atualmente não impressiona. Godard e Truffaut(roteirista) estavam preocupados com a forma de contar a história, como a câmera iria contar o filme, e não com a qualidade do conteúdo. Essa característica acaba tornando o filme apenas bom e não excelente(como sempre me falaram).
Admito que é Acossado é um bom filme, mas acho que já passou seu tempo. Como é o primeiro trabalho dele que assisto, irei ver outros filmes para confimar minha opinião que Godard não merecia se tratado como deus dos cinéfilos intelectuais.
Considerando que estamos em 2010 e o filme foi feito em 1959 com uma montagem inovadora(para a época)... Nota 8,0.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Um Dia sem Mexicanos

Um Dia sem Mexicanos(A day without mexicans) é o filme mais sarcástico que eu vi até hoje. O próprio título contém uma piada. Para os americanos, mexicanos são os latinos que entram no país. A premissa do filme é a seguinte: Um dia, misteriosamente, todos os latinos da Califórnia desaparecem misteriosamente e o caos se instala em toda parte. Não há mais burritos, não há mais empregadas, não há mais peões de obra, não sobra quase nada!
O filme acompanha a vida de diversos personagens que foram afetados por esse desaparecimento em massa. Entre eles está uma jornalista meio-latina que é tida como a salvação da Califórnia, um político xenofobico e dois guardas da fronteira que ficam sem ter o que fazer. É sarcasmo do início ao fim, como por exemplo a música que toda várias vezes durante o filme: California Dreaming
Dirigido por Sérgio Arau, o filme contém uma crítica forte sobre o assunto. Os latinos representam 1/3 da população da Califórnia e custam bem caro para o estado, mas a economia que eles geram é dezenas de vezes maior. Baseado num curto homônimo do próprio diretor, o filme acaba perdendo o ritmo e a graça depois da metade do filme. Sérgio Arau tomou uma decisão errada e transformou o filme(perto do final) em uma novela mexicana na tentativa de fazer mais uma piada... mas não deu certo.
Nota 5,0.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sociedade dos Poetas Mortos

Sociedade dos Poetas Mortos(Dead Poets Society) é um filme sobre Carpe Diem. Colha o dia, aproveite o momento.
O que acontece quando pessoas que sempre tiveram suas vidas controladas por outros decidem tomar suas próprias decisões?
Sr. Keating(Robin Williams) é o novo professor de poesia de uma escola mais rígida que o PH(ditadura). Com seus métodos de ensino diferentes para a época, ele acaba despertando algo dentro de seus alunos que eles nunca sentiram antes. Incitando-os a rasgarem algumas páginas do livro de estudo, andarem cada um a sua maneira e a adotarem novos pontos de vista(subindo na mesa do professor), Keating tem a inteção de fazê-los pensarem por si próprios, muito semelhante a filosofia. Admirados com o novo professor, alguns alunos procuram seu honorário e descobrem que ele participava de algo chamado Sociedade dos Poetas Mortos, um grupo de estudantes que se reuniam em uma caverna para recitar poemas de autoros famosos ou autorais. Inspirados pela idéia esses alunos resolvem fazer o mesmo. Desafiando seus pais, um dos participantes é impedido de seguir seu sonho de ser ator e uma tragédia cai na cabeça de todos, o que acaba gerando uma tensão entre todos os integrantes da Sociedade dos Poetas Mortos.
Dirigido por Peter Weir, o filme é interessante de se ver. O filme lembra um pouco "O despertar da primavera". No filme estão Ethaw Hawke e Robert Sean Leonard quase crianças!
Para quem não sabe, Peter Weir dirigiu "O Show de Truman" nove anos depois desse filme. Durante "Sociedade dos Poetas Mortos" eu senti que a linguagem usada era muito antiquada(21 anos atrás também né), a cena mais trágica do filme poderia ter sido refeita de uma maneira BEM melhor. O roteiro é bom, tanto que recebeu o Oscar de melhor roteiro, mas no final do filme, o romance entre dois personagens é completamente esquecido e não ficamos sabendo o que acontece depois. O filme é bom, mas poderia ser melhor.
Nota 8,0.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Perdidos na Noite


























Perdidos na Noite(Midnight Cowboy) é um filme sobre cair na realidade. Sair do sonho. Arrebentar a porta do "quarto dos pais".
Joe Buck(Jon Voight) é um texano metido a cowboy que tem uma visão idealizada de Nova York. Decidido a mudar de vida, ele larga seu emprego como lavador de pratos e pega poucas roupas, põe numa mala de vaquinha e parte para NY. Seu sonho é virar garoto de programa de mulheres elegantes.
Chegando na cidade dos seus sonhos, ele é ridicularizado por seus trajes de vaqueiro que se destacam na multidão de pessoas moderninhas. Ingenuinamente ele cai na lábia de alguns clientes que dizem não poder pagar. Numa dessas acaba conhecendo Rico Ratso(Dustin Hoffman), um coxo que vive às margens da lei, se alimentando com o produto de pequenos furtos e golpes. Ratso diz que pode arrumar um agente para Joe, o que na verdade é mais um golpe apenas para arrumar uns 20 doláres. Puto da vida, o cowboy não muito inteligente, procura Ratso por toda Nova York. Caindo na miséria, não arruma dinheiro para pagar o hotel e perde todas suas coisas. Quando reencontra Ratso, Joe parece ter um coração mole e o perdoa. O marginal resolve o chamar para ficar na casa dele(que na verdade é um prédio condenado).
E assim começa a transformação de Joe. Sua inocência é corrompida(e umas cenas do passado dele mostram que essa inocência já tinha ido embora faz tempo) através dos pequenos golpes que realiza junto com Ratso, apenas para a sobrevivência dos dois.
Dirigido por John Schlesinger, Perdidos na Noite ganhou o Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado. Dustin Hoffman está atuando muito bem como coxo sujo e melequento. O filme mostra a quebra de valores que ocorre quando o cowboy ingênuo vai para Nova York, uma cidade em plena explosão cultural, e o como aquele ambiente o obriga a se adaptar a nova realidade(muito diferente do que ele imaginava). O filme é bom e pode emocionar, mas achei que faltou algo, talvez fosse porque eu estava com sono =D
Nota 8,5.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Monty Python - A Vida de Brian


Monty Python - A Vida de Brian(Life of Brian) é o segundo filme do grupo inglês. E é genial. O filme é uma crítica ao cristianismo feita de maneira inteligente e satírica.
Brian(Graham Chapman) nasce no dia 25 de dezembro do ano 0. Três reis magos bêbados entram em sua casa para homenagea-lo com ouro, mirra e incenso. Eles vão embora e a mãe de Brian(Terry Jones) pede para que na próxima vez eles não tragam a mirra. Segundos depois eles voltam pra pegar tudo de novo, afinal eles erraram de estábulo, Jesus tinha nascido ao lado.
O garoto Brian cresce e vira vendedor de quitutes em um coliseu até que um dia se une a um grupo rebelde que luta contra a dominação dos romanos. Na noite em que resolvem sequestrar a filha do imperador encontram por acaso outro grupo rebelde no palácio o que ocasiona uma luta mortal entre os dois grupos onde só Brian sobrevive.
Fugindo dos soldados romanos, Brian finge estar dando um discurso profético para algumas pessoas até que a barra esteja limpa. Quando tenta ir embora, as pessoas o seguem dizendo que ele é o verdadeiro messias. Brian tenta fugir e acaba realizando outros "milagres". Agora uma multidão repete seus dizeres e concluem que sua mãe é virgem(mesmo ela achando a pergunta uma ofensa). O filme termina quando Brian é levado para a crucifixação e mesmo podendo, ninguém o salva.
Dirigido por Terry Jones, A vida de Brian é um conjunto de esquetes do grupo Monty Python(Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Terry Jones, Terry Gillian e Michael Palin) que satirizam as religiões, grupos políticos e etnias. Com cenas absurdas, como um discurso do imperador e Pintus Imensus no dia da Páscoa, um exército suicida e um ex-leproso pedindo dinheiro, Monty Python enfraquece o dogma reliogoso com pesadas críticas. A arma deles é o exagero.
Curiosamente a exibição do filme foi proibida em diversos países por considerarem blasfêmia. E mais curiosamente ainda, no filme eles tiram sarro da blasfêmia! O filme garante boas risadas.
EXÉRCITO SUICIDA! ATACAR!
Nota 9,5.

domingo, 14 de março de 2010

Adam

"Meu livro infantil favorito é sobre um pequeno príncipe que veio à Terra de um asteróide distante. Ele encontra um piloto cujo avião caiu no deserto. O pequeno príncipe ensina muitas coisas ao piloto, principalmente sobre o amor. Meu pai sempre me disse que eu era como o pequeno príncipe. Mas depois que conheci Adam, percebi que eu era o piloto."
Adam(Hugh Daney) tem vinte e nove anos, sofre da síndrome de Asperger e acaba de perder seu pai. Beth(Rose Byrne) é linda, extrovertida e seu pai está sendo acusado num tribunal. Beth aparece na vida de Adam quando se muda para seu prédio e ambos se conhecem. Beth se sente atraída por Adam logo de cara, e ele, com seu jeito de ser, também se sente atraído por ela. O filme fala sobre uma história de amor...fofa.
Adam tem dificuldades de interagir com outras pessoas, entende tudo no sentido literal e é fascinado por astronomia. Quando Beth entra em seu mundo, Adam se vê numa nova situação onde ele precisa se esforçar para entender o que ele está sentindo: amor.
Na cena em que eles se beijam pela primeira vez, percebemos a dificuldade dele de tentar fazer algo que ele nunca fez. Durante o filme ele precisa se enfrentar diversas vezes para fazer Beth feliz, como sair com seus amigos. Apaixonados um pelo outro, ambos vivem uma história de amor díficil de lidar. Adam precisa entender Beth e ela precisa entender Adam.
Não irei contar mais para não estragar as surpresas.
Dirigido por Max Mayer, Adam é um filme bem feito e emocionante. Fala sobre o amor puramente ingênuo. Lembra um pouco 500 Dias com Ela, mas achei que Adam é mais triste. É impossível não se apaixonar pelos dois personagens. Adam conta a luta de alguém para entender e demonstrar algo que nunca sentiu. O filme é lindo. Assistam.
Nota 9,5.

Sob Suspeita


Sob Suspeita(Find me Guilty) talvez faça você ficar se perguntando durante o filme todo a mesma pergunta: Por que estou torcendo para o criminoso?
A resposta que eu encontrei foi a seguinte: o personagem principal é um pouco carismático e o antagonista é um chato. Sério.
Não fiquei muito convencido com o personagem, não que a atuação fosse ruim, mas o cara era um pilantra que estava tentando enganar todo mundo dissendo coisas do "coração" e fazendo piadinhas dentro de um tribunal!
Bom... deixa eu explicar a história. Jackie DiNorscio(Vin Diesel) faz parte de uma família de mafiosos e ele faz lá uns trambiques grandes. Logo no início do filme, seu primo, entra em seu quarto e o atira quatro vezes. O que era pra ser uma cena trágica, fica cômica. O cara erra os quatro tiros enquanto o Vin Diesel fica falando "Por que você tá fazendo isso? Eu te amo!". Um pouco mais pra frente, Jack é preso por tráfico de drogas e o governo lhe faz uma proposta: diminuir a sentença em troca de informações sobre a máfia. Jack recusa, dizendo que não entrega seus amigos. Muito honrado, né? Ou talvez estupidez, por que nenhum dos outros mafiosos faria isso por ele.
Alguns anos depois ele é chamado para ser réu no maior caso da história dos Estados Unidos. Cerca de 20 mafiosos foram levados de uma só vez para o tribunal. Enquanto todos possuiam um advogado, Jack decide se defender sozinho. Com seu jeito brincalhão e até mesmo desrespeitoso, Jack consegue cativar o júri e o público(só um pouco) e surpreender todo o tribunal.
Dirigido por Sidney Lumet, Sob Supeita talvez não agrade a todos. Na minha opinião conta a história de um criminoso que usa de seu carisma para se dar bem. Mas tem um detalhe, ele faz tudo aquilo para livrar seus amigos, e não ele. Ou seja, no final do filme temos 20 criminosos setenciados como inocentes e nosso "herói" preso novamente. A história é baseada em fatos reais, o que me deixa mais perplexo. Um cara conseguiu enganar um júri para livrar bandidos... só nos estados unidos mesmo pra isso virar filme. Não gostei.
Nota 5,5.

Ran

Ran é um filme para se apreciar. As belas paisagens de um Japão feudal do século XVI servem de cenário para a adaptação de Rei Lear, de Shakespeare, feita por Akira Kurosawa, considerado como o mestre da linguagem cinematográfica.
A história se inicia quando o chefe do clã dos Ichimonjis, Hidetora(Tatsuya Nakadai), divide seus bens entre seus três filhos. O mais velho, Taro(Akira Terao), fica com a posse do feudo, do castelo principal e com o exército. Os outros dois filhos, Jiro(Jinpachi Nezu) e Saburu(Daisuke Ryu), recebem alguns castelos e a obrigação de obedecer as ordens de Taro. Saburu, o mais jovem, é contra a decisão do pai e é banido do feudo. Acaba sendo acolhido por Nobuhiro(Hitoshi Ueki) que fica impressionado com sua coragem por desafiar seu pai e o casa com sua filha. Hidetora então vai viver no castelo agora controlado por Taro, porém, Kaede(Mieko Harada), esposa de Taro, era filha do antigo dono do castelo, seus pais foram mortos por Hidetora e agora Kaede quer controlar o castelo e todo feudo. Usando de artimanhas, Kaede convence Taro a se unir com Jiro e atacar o lorde Hidetora. Encurralado por todos os lados e vendo sua guarda pessoal morta e seu castelo destruído, Hidetora enlouquece e consegue escapar junto com Kiyoami, o Bobo e Tango, guarda de Saburu.
Durante o ataque Taro é assassinado por ordem de Jiro. Assim o filho do meio assume o poder do feudo e Kaede o seduz e vira sua amante. Enlouquecido, Hidetora se envergonha por ter expulsado Saburu de seu feudo e vaga pelas terras à procura de algo. Saburu prepara um ataque à Jiro e a tensão aumenta quando encontra seu pai minutos antes da batalha começar.
Sim, a história é complexa.
Dirigido por Akira Kurosawa, Ran tem um jeito diferente. Há longas sequências filmadas num ritmo lento, ideal para prestar atenção no cenário e no figurino. As cenas em sua grande maioria são em planos de conjunto ou planos abertos, não há closes. Levando isso em consideração, os sentimentos dos atores precisam ser passados por movimentos físicos, como um passo para trás, feições exageradas ou até mesmo cair no chão. Me lembrou muito uma peça de teatro onde os atores precisam mostrar o que sentem pras pessoas que sentam na última fileira na platéia.
O filme possui uma fotografia sem igual e figurinos FODAS(não existe palavra melhor).
Ran fala sobre disputas pelo poder, traição e vingança.
Nota 9,5.

Despedida em Las Vegas

























Despedida em Las Vegas(Leaving Las Vegas) é um filme sobre aceitar os seres humanos como eles são. Ben(Nicolas Cage) é um roteirista álcoolatra que não lembra mais nem porque começou a beber. Seu estado é deprimente. Após queimar tudo relacionado ao seu passado, Ben viaja até Las Vegas decidido a beber até morrer. Lá, encontra a prostituta Sera(Elisabeth Shue) e a contrata para passar uma noite incomum com ele. Apaixonados um pelo outro, Ben e Sera tem poucos dias para viver um romance, o que os faz aceitar o outro como ele é: um álcoolatra e uma prostituta.
Dirigido por Mike Figgis, Despedida em Las Vegas possui ótimas cenas e uma excelente direção de arte. Arrisco dizer que Nicholas Cage faz sua melhor atuação neste filme. Você sente pena da destruição de Ben e ri do seu jeito de ser. Elisabeth Shue está ótima como a maltradada Sera e nos faz refletir o que a humanidade é capaz de fazer. O filme começa com o estado crítico de Ben e termina com sua recuperação, a morte. Durante o filme foram postas algumas cenas em que Sera fala de Ben, achei que isso quebra um pouco a tensão do filme, desaprovo. Despedida em Las Vegas é um filme para se ver sozinho, pois é esse assunto que ele fala: solidão, mesmo num romance.
Nota 8,5

sábado, 13 de março de 2010

Ladrões de Bicicletas































Ladrões de Bicicletas(Ladri di biciclette) se passa numa Itália enfraquecida pela segunda guerra mundial. O personagem principal, Ricci(Lamberto Maggiorani), é um dos muitos homens de família desempregados no pós-guerra. O filme começa quando Ricci recebe a proposta de trabalhar como colador de cartazes pelas ruas de Roma, mas para isso ele precisa recuperar a bicicleta que havia penhorado. Decidido a melhorar de vida, Ricci e sua mulher(Lianella Carell) vendem alguns lençois e compram de volta a bicicleta.
No primeira dia de trabalho percebemos a alegria de Ricci em saber que com aquele salário seu filho(Enzo Staiola) e sua mulher terão o que comer. Algumas horas depois de começar a trabalhar, Ricci tem a bicicleta roubada por um esquema de uma gangue de ladrões. Ele vê o ladrão e corre atrás dele até não conseguir mais alcançá-lo.
E é aí que o filme muda. A bicicleta se torna um símbolo de esperança. Se Ricci não conseguir achá-la, ele volta para a situação inicial, mas agora sem lençois. Então a saga inicia. Ricci e seu filho saem pelas ruas de Roma procurando qualquer pista, mas sofrem com a impiedade humana numa sociedade desequilibrada socialmente devido aos estragos da guerra.
Encurralado de todos os lados e desesperançoso, Ricci se vê no fundo do poço e na cena final sucumbe e deixa de lado seus valores apenas para poder conseguir o trabalho de volta.
Nos últimos 10 minutos de filme é impossível não se emocionar.
Dirigido por Vittorio de Sica, Ladrões de Bicicletas faz parte do neo-realismo italiano, e é exatamente isso que vemos: realidade. Os atores do filme são amadores, mas foram tão bem dirigidos que se tornam extremamente convincentes. O garoto, Enzo, merece aplausos pela atuação cativante. Uma ótima fotografia que acompanha os acontecimentos com o personagem, ficando mais escura a medida que o sofrimento aumenta. Uma obra sentimental, realista e reflexiva.
Nota 9,0

quinta-feira, 11 de março de 2010

Os Sonhadores


Os Sonhadores(The Dreamers) pode ser sintetizado pela seguinte frase dita no filme: Um filme é como o buraco da fechadura do quarto dos seus pais. Você espia, se enoja, mas não consegue parar de olhar.
Matthew(Michael Pitt) espia um novo mundo onde só existem os irmãos, Theo(Louis Garrel) e Isabelle(Eva Green) e inicialmente ele se enoja, se assusta, acha uma monstruosidade, mas assim como o buraco da fechadura ele não consegue parar de olhar. E não só olhar, Matthew abre a porta desse quarto/mundo e começa a fazer parte dessa bizarra vida dos dois irmãos.
Enquanto nas ruas de Paris de 1968 ocorre uma revolução dos estudantes, os três protagonistas se trancam neste "quarto dos pais" e vivem uma paixão, isolados do mundo exterior. Até que de repente, como se acordassem de um sonho, os três acordam para o universo fora daquele impactante quarto e se unem a revolução.
Dirigido por Bernardo Bertolucci, Os Sonhadores possui ótimos planos-sequência, uma boa cenografia e uma excelente trilha sonora(Bob Dylan, Janis Joplin, Jimi Hendrix). O filme pode ser considerado fortes por alguns devido a diversas cenas sexuais , algumas até dispensáveis. Quando vi o filme, imaginei que ele fosse uma crítica a juventude atual, que se diz revolucionária, tem pôster do Che Guevara no quarto sem nem saber direito quem ele foi, mas não sai as ruas para protestar ou se manifestar de alguma outra forma. Somos uma juventude de sonhadores. Nos trancamos em nossos quartos e nos isolamos do mundo lá fora, que parece girar cada vez mais rápido.
O filme é baseado no livro The Holy Innocents, escrito por Gilbert Adair, e apesar de ter sido publicado em 1988, continua sendo atual e se não sairmos de nossos "quartos de sonhadores" irá ser atual para sempre.
Nota indefinida.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Cantando na Chuva




























Cantando na chuva(Singin' in the rain) é um musical. O que você pensa sobre um musical? O que É um musical? Lembra da teoria das formas de Platão?Se lembrar, siga a linha de pensamento. Cantando na chuva foi feito em 1952, a era de ouro dos musicas. O filme parece ser feito sobre rígidas regras de estética e técnica, o que acredito ser uma característica da época devido aos grandes estúdios de Hollywood, que transformou o cinema americano de arte para indústria.
O filme se passa na década de 20, quando uma evolução e revolução acontece no cinema. Pela primeira vez sincronizam som e vídeo em uma sala de cinema. O vídeo gravado em película e o aúdio gravado em disco eram sincronizados e davam a impressão de um filme falado, em vez de mudo. Isso na época foi uma grande novidade e a correria dos grandes estúdios para adquirir essa nova tecnologia foi grande. E é neste cenário que se passa o filme.
Após a exibição do filme "O Cantor de Jazz", primeiro filme sonoro e musical, os atores do cinema mudo precisavam se adaptar a nova tecnologia. Don Lockwood(Gene Kelly) e Lina Lamont(Jean Hagen) são dois atores de sucesso da época do cinema mudo, que vivem uma falsa paixão criada pelas fanzines da época. Lina acredita piamente que Don a ama, mas Don acaba se apaixonando por uma atriz de teatro(Kathy - Debbie Reynolds). O dono do estúdio decide produzir um filme falado com os dois, mas é um fracasso na primeira exibição porque Lina possui uma voz de taquara rachada(e irritante). Decididos a tornar o filme um sucesso, Don e seu amigo, Cosmo(que faz ótimas cenas coreografadas, interpretado por Donald O'Connor) bolam uma maneira de tornar o filme em um filme musical. Aí que os problemas surgem e é nisso em que ele se desenvolve. O filme é uma aula sobre o cinema, é lindo de se ver, genial.
É impossível ouvir a música principal do filme sem se recordar da cena de Laranja Mecânica em que Alex canta a música enquanto espanca um escritor e estupra sua esposa. Chega a ser genial e ao mesmo tempo polêmica e constratante a "intertextualidade" que o Stanley Kubrick faz com esse filme.
Dirigido por Gene Kelly e Stanley Donen, Cantando na Chuva é um filme hollywoodiamente romântico e engraçado. Longos planos-sequência de números musicais mostram as habilidades Broadwayísticas dos atores. É um filme que vale a pena ver, seja por sua história interessante ou por seu valor dentro da história do cinema.
9,0 pontos na escala Riguetti.

Uma árvore que cai numa floresta solitária, faz barulho?

Meu computador não liga mais...
Devido a tais circunstâncias interrompi as postagens
Ó que drama, nesse meio tempo assisti filmes que mereciam enormes reflexões!
Tais são: Onde vivem os monstros, Sherlock Holmes, Avatar(de merda) e outros que nem lembro mais
A minha regra é simples: postar sobre o filme logo após vê-lo.
Tenho sérios problemas de memória, por isso prefiro comer o bolo quando ele acaba de sair do forno e ainda está quentinho!
Mas mudarei de assunto tão rápido que tu, ó leitor, nem perceberás!
Merda... agora você percebeu...
Mas então, comecei a faculdade de comunicação social na puc-rio
sou estimulado diariamente a seguir o longo caminho tortuoso até meu tão esperado objetivo
É empolgante! Recomendo a todos.
Essa semana voltei com meu ritual de alugar 4 filmes a cada 5 dias e pretendo assistir mais filmes no canal TCM e Telecine Cult(Preciso começar a ver uns filmes antigos)

Obrigado Ronney-von por me fazer esquecer o que eu ia escrever agora

bom...toda vez que eu assistir um filme, postarei aqui =D