sábado, 29 de maio de 2010

Dançando no Escuro

"Dizem que é a última canção, mas eles não nos conhecem. Só será a última canção se deixarmos que seja"

Lars von Trier nasceu em Copenhague, Dinamarca, em 1956. Ficou conhecido por escrever junto com Thomas Vinterberg o Dogma de 95, 10 regras que devem ser respeitadas durante a criação de um filme com a intenção de estimular a criatividade. Seus filmes mais conhecidos são: Os Idiotas, Dogville e o recente Anticristo.
Dançando no Escuro conta a história de Selma(Björk), uma imigrante tcheca que trabalha numa metalúrgica. Selma aos poucos está perdendo sua visão devido a uma doença hereditária e por isso guarda todo dinheiro que ganha para pagar uma operação para seu filho, que não pode descobrir porque aceleraria o processo da doença. Apaixonada por musicais, a protagonista se distrai com o barulho ritmico das máquinas e em sua imaginação cria canções e coreografias, o que acaba causando um acidente em seu trabalho e a sua demissão. Apenas uma de muitas tragédias no filme. Somos guiados até o fim nada piedoso de Selma, que faz de tudo para que seu filho faça a operação.
Dançando no Escuro conta com David Morse, Catherine Deneuve e Peter Stormare. Björk está impressionante como atriz. Filmado de um modo peculiar, Dançando no Escuro é um drama musical diferente de muita coisa que já vi. Particularmente eu gosto da maneira como Lars von Trier faz seus filmes, principalmente em Dogville(que é extremamente interessante). Recomendo esse filme para todos aqueles que querem se emocionar um pouco.
Nota 8,5.

O Balconista

Kevin Smith nasceu em Nova Jersey, em 1970. O Balconista foi o filme que levou Kevin Smith para a fama. Seus trabalhos mais conhecidos são: Dogma, Procura-se Amy e O Balconista 2. Smith também escreve roteiros para quadrinhos e atua em seus filmes como o personagem Silent Bob. Escreveu o roteiro de Demolidor e foi produtor executivo de Gênio Indomável. O Balconista se passa em View Askewniverse, o universo criado por Kevin Smith que serveria de cenário para grande parte de seus filmes.
O Balconista narra a história de Dante, um funcionário de uma loja de conveniências, em um dia de trabalho(e ele não deveria estar lá). Randal, seu amigo que trabalha na locadora ao lado, hora ou outra aparece em seu trabalho para conversar ou atrapalhar. Nesse dia de trabalho forçado diversas situações bizarras acontecem...
Não há como resumir este filme. A história na verdade serve de base para as discussões dos dois amigos, que por sinal são hilárias. O filme foi todo gravado em preto e branco por causa do baixo orçamento e foi gravado na loja em que Kevin Smith trabalhava. O Balconista é um filme que eu recomendo para todos que querem fazer cinema. Este filme é um bom exemplo de filmes de baixissimo custo e que deram certo. Por toda sua audácia...
Nota 8,0.

domingo, 23 de maio de 2010

Apenas o Fim

Apenas o Fim narra a história de Antônio(Gregório Duvivier) e sua namorada(Erika Mader). Minutos antes de Antônio ir fazer uma prova, Ela aparece na faculdade e diz que vai embora. Pra Sempre. Ele não consegue aceitar e ambos vagam pelos cenários da PUC conversando sobre tudo e sobre nada. Relembrando alguns momentos da relação enquanto vídeos de conversas intimas dos dois surgem na tela. E o que resta é apenas o fim.
Falar de Apenas o Fim é difícil. Matheus Souza, diretor do filme, tinha 19 anos quando começou o projeto, e ainda estudava cinema. Um filme que cumpre o que propõe. A química dos dois atores nos deixa dúvidas se eles realmente não tiveram um relacionamento. Vários planos sequência realizados perfeitamente. Trilha sonora admirável. Dialógos as vezes reais, as vezes cinematográficos demais. É incrível a forma como o diretor conseguiu mostrar como aquela história é íntima. Apenas o Fim merece um grande destaque no cinema brasileiro, e é um dos grandes feitos do cinema brasileiro nessa década.
Nota 9,0.



E La Nave Va

Frederico Fellini nasceu em 1920, na comuna de Rimini, na Itália. Seu primeiro filme, Mulheres e Luzes, não foi bem recebido pela crítica e acabou levando a produtora à falência. Seu maior sucesso veio em 1960, La Dolce Vita, em seguida vieram filmes como: Amarcord e 8 1/2. Fellini se tornou um dos grandes diretores por seus filmes poetizados e críticos.
E La Nave Va começa com imagens antigas, em sépia, de um navio se preparando para partir. Não há nenhum som e vemos os personagens da história surgindo, como uma apresentação. O navio tem como destino a ilha de Erimo, para jogarem as cinzas da famosa cantora Edmea Tetua. A tripulação é basicamente formada pelos amigos mais próximos da defunta, os marinheiros e um rinoceronte. Sr. Orlando é um jornalista que embarca para entrevistar as celebridades e narrar a história. Quando o navio resgata um grupo de refugiados sérvios, a tripulação se sente ameaçada, o que acaba dando uma guinada na história para outra direção.
E La Nave Va foi o primeiro filme do Fellini que eu assisti. E em suas duas horas de duração eu percebi por o chamam de Il Maestro. A forma com que ele conduz a história é única. Os personagens são bem caricatos. Até a péssima dublagem se torna interessante. A trilha sonora é sem igual, ópera. O final é simplesmente Foda.
Nota 9,0.

sábado, 22 de maio de 2010

Distrito 9

Neill Blomkamp nunca tinha dirigido um longa-metragem e Distrito 9 é o seu primeiro. Nasceu em Joanesburgo, em 1963. Neill tinha um vasto portfólio de filmes publicitários e Peter Jackson o tinha chamado para dirigir Halo. Como a produção atrasou, Peter Jackson deu apoio financeiro para que Blomkamp dirigisse Distrito 9, inspirado num curta que ele mesmo fez em 2005. O filme tem um baixo orçamento(30 milhões de dólares) e efeitos especiais perfeitos. Distrito 9 foi indicado para o Oscar de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Edição.
Distrito 9 é uma favela em Joanesburgo onde aliens foram abrigados após a queda de uma nave na cidade a 20 anos atrás. Após manifestações do povo contra aquela raça, o governo contrata a MNU para transferi-los para o Distrito 10. Mikus van de Merwe é nomeado como líder da operação para entregar as ordens de despejo. Ao entrar dentro de um barraco para investigar os pertences de um extraterrestre, Mikus acidentalmente ativa um artefato e um líquido espirra em sua cara. Naquela noite, o agente da MNU começa a passar mal e é levado para o hospital, onde descobre que está virando meio "camarão"(alien). Cientistas da MNU fazem testes com Mikus e descobrem que ele consegue ativar as armas extraterrestres, que só podem ser usadas por aliens. Desesperado, Mikus foge e se refugia no Distrito 9. Sua única salvação é encontrar aquele artefato contando com a ajuda de um alien, Christopher Johnson.
O início do filme é gravado em forma de documentário, colhendo depoimentos sobre o acontecimento. As cenas em seguida são gravadas sobre o ponto de vista do diretor(escolha de planos e etc.) e também sobre o ponto de vista do cinegrafista que acompanha o personagem. Os efeitos especiais são bem convincentes porque não são exagerados. As cenas de ação são feitas de uma forma diferente, mas bem feitas. Distrito 9 faz uma alusão ao Apartheid e a comparação é interessante. Mas não pode ser considerado como uma crítica ao sistema...até porque o Apartheid já acabou e quem vive de passado é museu.
Nota 8,5

Jackie Brown

Quentin Tarantino. Diretor, produtor, roteirista e ator. Knoxville, 1963. Aos 16 anos fez aulas de atuação na James Best Theatre Company e aos 22, na Allen Garfield's Actors' Shelter. Trabalhou como balconista numa locadora e se dedicou aos seus roteiros. Quando vendeu True Romance, Tarantino saiu do anonimato e dirigiu seu "primeiro" filme: Cães de Aluguel. Após isso, em 1994, Quentin viajou para o Amsterdã e escreveu Pulp Fiction, filme que lhe traria o Oscar de Melhor Roteiro Original. Desde então Tarantino produziu outros sucessos como: Kill Bill e Bastardos Inglórios. Jackie Brown é uma adaptação do livro Rum Punch de Elmore Leonard. Tarantino diz ser um filme para o público negro e uma homenagem ao gênero blaxpoitaton(filmes que utilizaram, na década de 70, o soul e o funk nas trilhas sonoras e personagens principais negros).
Jackie Brown(Pam Grier) é uma comissária de bordo que contrabandeia dinheiro para dentro dos EUA, aos comandos de Ordell Robbie(Samuel L. Jackson), um traficante de armas. Louis Gara(Robert DeNiro) acabou de sair da prisão e passa os dias fumando com a namorada de Robbie, Melanie(Bridget Fonda). No início do filme, Ordell procura Max Cherry(Robert Forster)
para pagar a fiança de um amigo, Beaumont Livingston(Chris Tucker). Ao encontrar Beaumont, Ordell o silencia. Jackie Brown é pega por um agente federal, Ray(Michael Keaton) e um policial, Mark(Michael Bowen), com grana e cocaína. Eles fazem uma proposta: montar um esquema para capturar Ordell. Assim se inicia um jogo com todos os personagens. Aquele que vencer leva uma bolsa com meio milhão de dólares.
Sinceramente, eu esperava mais de Jackie Brown. O filme não é ruim, pelo contrário, é ótimo. Mas é demorado demais, 2 horas e meia de filme, acaba cansando. Samuel L. Jackson e Robert De Niro estão atuando perfeitamente. Algumas cenas são fodas: Ordell matando Beaumont e Louis ficando irritado com Melanie. Só o fato do filme ser do Tarantino já merece ser visto.
Nota: 8,0.

UP

Pete Docter, diretor de UP!, nasceu em 1968 em Minnesota, EUA. Dirigiu Monstros S.A., escreveu o roteiro de Wall-E, Toy Story 1 e 2 e dos filmes que dirigiu. Participou de Vida de Inseto e de muitas outras animações. Em 2004, a equipe de UP! visitou o estado de Roraima para buscar inspiração para o cenário do filme. Docter dublou o personagem Kevin, uma ave...fêmea... UP! recebeu o Oscar de melhor Animação e melhor Trilha Sonora Original e foi a segunda animação a receber a indicação de Melhor Filme.
O inicio do filme mostra a vida de Carl Fredricksen(Edward Asner). O jovem Carl vive em seu mundo de aventuras imaginárias, inspirado por seu ídolo Charles Muntz(Christopher Plummer), até o dia em que conhece Ellie(Elizabeth Docter). Os dois crescem juntos, se casam e alimentam o sonho de viajarem até o Paraíso das Cachoeiras. Quando Carl, vendendo balões, consegue juntar dinheiro para comprar as passagens, Ellie morre de velhice e nosso personagem principal fica só. Carl se torna uma pessoa rabugenta, ao redor de sua casa constroem um grande edificio e o empreendedor deseja comprar sua residência. Após agredir um operário, dão 1 dia para Carl arrumar suas coisas e partir para um asilo, mas o velho tem uma idéia melhor: prender milhares de balões em sua casa e viajar até o Paraíso das Cachoeiras. Ao longo de suia jornada, Carl tem a ajuda de Russel, um escoteiro mirim que quer ganhar a medalha de Ajuda ao Idoso, Kevin, uma ave gigante e Dug, um cachorro "falante".
Up! é uma das melhores animações da Pixar. É de uma sensibilidade incrivel. Com personagens fora do comum(um velho rabugento como personagem principal de uma aventura). Ótimas piadas. Uma trilha sonora linda. São muitas qualidades pra esse filme. Não é à toa que ele recebeu a indicação de Melhor Filme, concorrendo com Avatar e Guerra ao Terror.
Nota: 9,0.