
A Justiça de um Homem é o primeiro filme dirigido de Gavin Hood, gravado na África do Sul e exibido em 1999. A obra narra a história de Sean Raine, um advogado, que seis anos após um incidente no exército, durante um safári com sua esposa e seu ex-sargento, presencia o estranho assassinato de um bebê. O advogado decide defender o acusado, um jovem boiadeiro que acredita ter matado um tikoloshe, um espírito maligno na religião que o réu pertence. Pela cidade, os jornais publicam a notícia que o jovem havia matado e retirado a genitália do bebê para realizar muti, uma espécie de medicamento tradicional africana que utiliza de partes do corpo humano como ingredientes. Decidido a conhecer as crenças do acusado, Sean encontra uma sangoma, uma feiticeira, que diz que seu caminho está sendo dificultado por uma cobra, uma lembrança atormentadora do passado, que ele carrega dentro de si. Posteriormente é revelado que essa memória é de quando Sean estava no exército e matou um garoto que estava escondido em um armário, assim, estabelecendo uma relação com o acusado como forma de se redimir por seus erros. No tribunal, o advogado participa de um conturbado julgamento, contra uma promotoria bloqueada à aceitação de diferentes religiões. Após descobrirem que a genitália do bebê havia sido retirada por um policial para incriminar o réu, a acusação de homicídio doloso é retirada. Esclarecida como ocorreu a cena do crime, o tribunal fica em dúvida, mas mesmo com todas as tentativas do advogado, o jovem boiadeiro leva a pena por homicídio culposo e cumpre um ano de prisão.
Analisando a obra por um ponto de vista cinematográfico, notamos algumas fraquezas como: um roteiro ralo e uma linguagem cinematográfica muito simples. Nosso personagem se esforça muito para inocentar o réu, e acabamos acreditando com convicção que o juiz vai aceitar o ponto de vista do advogado. Porém, o que ocorre é a execução da lei da forma como ela deveria ser executada desde o início, o que acaba desagradando. Mas mesmo com um final não muito bom, conseguimos nos envolver e nos emocionar com a história.
Nota 6,5.
OBS: Texto escrito para a aula de Comunicação e Expressão, PUC-RIO, seguindo as regras básicas de estruturação de resenhas.